Procura por atendimento psicológico dispara após pandemia da Covid 19.

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A procura por atendimento psicológico disparou nos últimos meses em várias cidades brasileiras. Esse é mais um dos efeitos da pandemia.

Foi de maneira tão brusca quanto intensa que, em março de 2020, nossas vidas mudaram devido à ameaça de um vírus que nos obrigou a cumprir o distanciamento social – termo com o qual nossa geração tinha pouca familiaridade até então. Embora as rotinas nunca mais tenham sido as mesmas após a pandemia de covid-19, neste momento em que caem as últimas restrições de convívio já parece ser possível ensaiar o retorno a uma vida mais próxima da que conhecíamos. Mas quais são as principais sequelas emocionais deixadas pelo período pandêmico e como elas irão afetar nossas vidas daqui para a frente?

Uma das esferas sociais mais testadas foi a dos relacionamentos afetivos, especialmente a vida conjugal compartilhada sob o mesmo teto. O longo período de confinamento foi fator determinante para o aumento significativo no número de pedidos de divórcio no Brasil.

O fato é que a nova dinâmica de convivência que os casais experimentaram no período pandêmico trouxe à tona elementos que não eram percebidos na correria do dia a dia, possibilitando refletir sobre insatisfações, expectativas, desamparos e desconexões. Contudo, foi preciso lidar com situações geradoras de estresse, como emprego, doença, finanças e filhos, sob um nível de ansiedade fora do normal. O resultado, muitas vezes, foi irritabilidade, impaciência e intolerância acentuadas.

Esse novo modelo de casamento onde a casa passou a ser um palco das aulas e do trabalho remoto, gerando aprofundamento de vínculos e surgimento de conflitos. O excesso de informações potencializou o nível de ansiedade que influenciou nas relações, pois fez com que os indivíduos enxergassem a vida com um olhar mais negativo, ficando mais impacientes e sem controle, e assim conduzindo a tomada de decisão para a reconstrução do casamento ou o término dele. Grande parte da procura por ajuda psicológica ocorre como uma última alternativa de sobrevivência do casamento, e quando chegam no consultório estas pessoas estão movidas a raivas e desamparos, sendo uma contra a outra e não uma com a outra. Mas elas estão ali, então há esperança.

Para a população que já era tida como a mais ansiosa do mundo de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o abrandamento da pandemia deixou uma “segunda pandemia”, que é a de transtornos de saúde mental. E uma atmosfera em que todo mundo está sofrendo com ansiedade em algum nível, independentemente de ter ou não o diagnóstico. 

O impacto emocional de perdas familiares, o sentimento de medo, a falta de socialização e a instabilidade no trabalho aumentaram o nível de estresse e sofrimento psíquico do ser humano. Estudos já apontavam que a ansiedade seria o mal deste século, mas ficou muito preocupante após a pandemia. Somando isso ao rápido avanço da tecnologia, é como se o mundo tivesse acelerado ainda mais as pessoas.

Por outro lado, toda a repercussão midiática quanto a gravidade da pandemia para a saúde mental tornou as pessoas mais atentas e cientes da necessidade de cuidar não apenas da saúde do corpo, mas também da mente.

A busca pela saúde mental é maior após esses três anos, o período pandêmico em que atravessamos fez com que muitas pessoas passassem a ter uma preocupação maior com o seu mundo interno.

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