Organizações internacionais pedem investigação transparente sobre assassinato de Mãe Bernadete.

Review News – Terra

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou o assassinato da liderança quilombola Mãe Bernadete. A líder religiosa foi assassinada a tiros na semana passada, no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Salvador.

Em nota divulgada pela organização nas redes sociais no sábado (19), a entidade pontua a necessidade do crime ser investigado “de forma imediata e diligente, com perspectiva étnico-racial e de gênero”. 

“A CIDH urge ao Estado sancionar os responsáveis materiais e intelectuais e considerar como motivo do assassinato o papel que ialorixá Bernadete possuía como defensora dos direitos das pessoas afrodescendentes”, disse a entidade. 

A Organização das Nações Unidas (ONU) também se manifestou sobre o caso. Em comunicado, o escritório regional para a América do Sul da ONU Direitos Humanos manifestou solidariedade à família de Mãe Bernadete ao convocar o governo brasileiro a realizar uma investigação “célere, imparcial e transparente” sobre a morte da liderança quilombola.

“A ONU Direitos Humanos manifesta sua solidariedade com a família e a comunidade dessa reconhecida mulher negra, quilombola, representante de uma religião de matriz africana e defensora do seu território”, disse a organização.

Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, equipes do governo estadual e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania estão atuando para aperfeiçoar os programas de proteção.  

“A morte de uma defensora de direitos humanos é uma tragédia, ainda mais se ela já tenha sido ameaçada. Uma tragédia como essa precisa fazer com que a gente aprimore o programa, aprimore as medidas de proteção, aperfeiçoe as ações de policiamento em todo o país”, disse o secretário em relato foi publicado pela Agência Brasil.

Freitas assegurou que as equipes estão em campo para garantir a segurança de ativistas da região. Familiares de Mãe Bernadete foram retirados do Quilombo Pitanga do Palmares como medida de proteção. A líder religiosa estava no programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas (Provita) desde 2017, quando seu filho, Binho do Quilombo, também foi assassinado a tiros.

Aumento da Intolerância Religiosa

No início desse ano o 2º Relatório sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe, organizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e pelo Observatório das Liberdades Religiosas com apoio da Representação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, apontou um aumento dos casos de intolerância religiosa no país nos últimos anos.
O levantamento foi divulgado em 21 de janeiro de 2023 como parte do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Segundo dados do Disque 100, foram registrados 477 casos de intolerância religiosa em 2019, 353 casos em 2020 e 966 casos em 2021.

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